Relação da via de parto com o processo de amamentação: estudo de coorte

Abstract

Objetivos: Avaliar a relação da via de parto com o processo do aleitamento materno, bem como reconhecer os principais determinantes para a descontinuidade da amamentação de crianças nascidas em um hospital no sul do Brasil. Métodos: Estudo de coorte prospectivo, realizado com binômios mãe-bebê na maternidade do Hospital Nossa Senhora da Conceição no município de Tubarão-SC, no período de maio e junho de 2019. O estudo fez parte do projeto guarda-chuva intitulado: “Fatores de Risco Relacionados ao Binômio que Influenciam no Processo do Aleitamento Materno”. Resultados: A coorte iniciou com 360 binômios e ao final do sexto mês de vida do bebê a amostra foi constituída por 153 duplas. A via cesárea foi predominante, 57,80% (208) das mulheres tiveram seus filhos por esta via. Bebês nascidos de parto vaginal apresentaram risco 62% menor de necessidade de internação em unidade terapia intensiva neonatal (RR=0,38; IC95% 0,14-1,00; p=0,04), a via vaginal diminuiu em 50% o risco de intercorrências (RR=0,50; IC95% 0,29-0,85; p=0,008). Mães com presença de intercorrência no parto apresentaram incidência 25% menor de aleitamento materno na internação. Conclusão: Verificou-se associação entre a via de parto e complicações maternas, no parto e neonatais, destacando a via cesárea como fator determinante para maior risco destes problemas. O contato pele a pele e o estímulo do aleitamento materno na primeira hora de vida sofrem influência dessas intercorrências contribuindo para uma menor taxa de aleitamento materno nos meses conseguintes do desenvolvimento do bebê. Foram averiguadas altas taxas de desmame precoce ao longo do seguimento