Resumo
Esta pesquisa pretendeu analisar como a experiência laboral do agente funerário afeta suas relações cotidianas e sua percepção sobre a morte. Para isto, foram realizadas entrevistas semiestruturadas com cinco agentes funerários da Grande Florianópolis. Em uma sociedade onde o tema da morte é um tabu, ao se relacionar com o corpo falecido nos rituais funerários, são despertados no trabalhador questionamentos acerca da própria finitude e de seus familiares e amigos. Os dados coletados nas entrevistas foram dispostos na análise de conteúdo e discutidos a partir de uma perspectiva fenomenológica existencialista onde os conceitos como
morte e projeto-de-ser foram explorados. Foram identificados alguns fatores que podem dificultar o trabalho dos agentes, dentre eles: a falta de preparação para o atendimento da família enlutada e a dificuldade em se deparar com a questão da morte. Também foi verificado como as relações pessoais e a visão do outro sob a profissão pode afetar esses profissionais.