UM DOCUMENTÁRIO ME DISSE SOBRE INFÂNCIAS E VIOLÊNCIAS… A ARTE COMO PRODUÇÃO ESTÉTICA DA EXISTÊNCIA E AFIRMAÇÃO DA VIDA

Abstract

Esta pesquisa aborda a análise de um documentário chamado “Os Caminhos Desconhecidos do Mundo Luz”, o qual apresenta sobre o processo criativo de uma oficina de fotografia realizada com 5 crianças pertencentes à uma comunidade em situação de vulnerabilidade social na Região da Grande Florianópolis. Este trabalho busca apresentar compreensões sobre o lugar das infâncias na comunidade, a partir da identificação de cenas deste documentário que indiquem a arte como produção estética da existência e as fronteiras estabelecidas entre a cidade e uma comunidade marcada por contornos da vulnerabilidade social. A partir de estudos da Filosofia da Diferença e elaborações sobre as violências, pude compreender que esse território é marcado por uma fronteira entre o mesmo e os arredores da cidade, local onde a Universidade também se encontra. Demarca, portanto, uma possibilidade de leitura a partir das violências e daquilo que Chauí (2003) estabelece como o mito da não-violência e a importância de problematizarmos as violências em sua ordem estrutural na sociedade. Portanto, parto da Análise das Práticas Discursivas (SPINK, 2000) para diante daquilo que os meus olhos viram das cenas, das narrativas escutadas e das sensações que em mim puderam reverberar, mover reflexões sobre: a infância como obra de arte, a arte como recurso estético da existência e produção da vida e os atravessamentos sociais contemporâneos que marcam a vida que acontece nas comunidades em situação de vulnerabilidade. Essa construção demarca a importância da Psicologia olhar para o devir-criança em sua produção de vida e ampliar os modos de encontro e intervenção dentro das comunidades.