Narrativas de uma mulher-mãe venezuelana sobre as experiências de si e de sua família no contexto da migração involuntária para a Região da Grande Florianópolis
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2020Metadata
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Este artigo apresenta um estudo que teve por finalidade analisar os sentidos atribuídos por uma mulher-mãe venezuelana às vivências de si e de sua família no contexto de migração involuntária para a Região da Grande Florianópolis. Foi realizado um estudo de caso a partir da escuta da narrativa de uma mulher-mãe venezuelana que se estabeleceu inicialmente em Boa Vista (RR) e, posteriormente, deslocou-se para Florianópolis (SC) com a sua família. Como procedimento de escuta da narrativa, foram realizados 3 encontros com a interlocutora, a partir dos quais se pôde escutar sua história. Realizaram-se entrevistas semiestruturadas, que tiveram como objetivo conhecer as nuances e as experiências de migração, desde o momento de tomada de decisão de sair do país, passando pela primeira parada na região norte do Brasil até a chegada e o estabelecimento na região sul. A análise da narrativa foi realizada tendo como referência teórico-metodológica a perspectiva da “análise de práticas discursivas e de produção de sentidos”, tal como proposta por Spink e Medrado (2013). Buscou-se dar destaque às narrativas que aludiam ao processo de emigração e suas vicissitudes. Como forma de organizar a temporalidade e os conteúdos narrados pela interlocutora, a análise abordou os seguintes temas: a) a “decisão” pela emigração; b) as vivências da maternidade transnacional; c) a primeira chegada ao Brasil e as experiências fronteiriças em Boa Vista (RR); d) a segunda migração e a chegada à Florianópolis (SC); e) os processos de integração; f) os sentidos sobre as diferenças culturais. Considera-se que a migração involuntária não representa apenas um deslocamento físico e geográfico, mas também um complexo processo de reposicionamentos psíquicos e subjetivos. Trata-se de um processo que implica dimensões subjetivas, afetivas, psicológicas, econômicas, familiares, comunitárias, sociais, culturais e políticas. A migração, além de ser uma possibilidade de sobrevivência, representa a escolha por um projeto que pode trazer para as mulheres-mães migrantes mais autonomia, independência e melhoria da qualidade de vida para si e seus filhos. Aponta-se para a necessidade de criação e fortalecimento de políticas públicas específicas que atendam às particularidades da população migrante a partir de perspectivas interseccionais que considerem gênero, local de origem, classe social e raça/etnia.
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Migração involuntáriaMulheres venezuelanas migrantes
Maternidade
Integração
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