PERCEPÇÃO DE MULHERES ENCARCERADAS EM PRESÍDIOS FEMININOS DO BRASIL SOBRE SUAS CONDIÇÕES DE ENCARCERAMENTO, A PARTIR DE LIVROS DISPONIBILIZADOS SOBRE A TEMÁTICA NA LITERATURA BRASILEIRA
Date
2020Metadata
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Analisar a percepção de mulheres encarceradas em presídios femininos do Brasil
sobre suas condições de encarceramento é uma importante tarefa que possibilita compreensões
sobre suas realidades no tocante a direitos, aos quais são articuladas suas condições subjetivas.
Objetivou-se caracterizar a percepção de mulheres encarceradas em presídios femininos do
Brasil sobre suas condições de encarceramento, a partir de livros disponibilizados sobre a
temática no país. Especificamente buscou-se identificar significados que as mulheres atribuem
à sua condição de encarceramento, a relação de convívio na unidade, a relação com sua rede
social e relações com o seu futuro em liberdade. A escolha por livros se deu tendo em vista que
o acesso a eles é algo mais possível para a população em geral e consequentemente é um
conhecimento que poderia circular com uma maior facilidade nas diferentes camadas da
sociedade, ainda que sejam conhecidas as dificuldades de acesso à leitura na população em
geral. A pesquisa se caracterizou como exploratória, qualitativa e bibliográfica. As bases de
dados utilizadas foram aquelas, em que, encontram-se livros, como: Amazon.com.br e
Scientific Electronic Library Online (SciELO). Ao final do processo de seleção de fontes, foram
encontrados 05 livros e escolhido 3 deles. Foi realizada uma leitura, na íntegra, dos livros com
a finalidade de organizar os dados encontrados, visando o encontro de respostas para o
problema de pesquisa. Foram criadas categorias para organização dos dados, analisados de
acordo com os fundamentos teóricos relativos à temática da pesquisa. Como resultado da
pesquisa compreendeu-se que a entrada no crime da população carcerária feminina se dá por
diferentes circunstâncias na literatura examinada e que sua grande maioria está condenada por
tráfico de drogas. Ao pensar na situação limite que leva essas mulheres a entrar no crime,
identifica-se quase sempre circunstâncias nas quais suas vidas estão em jogo, ou mesmo a vida
de um filho, um ente querido. Sobre os Direitos Humanos dessas mulheres percebeu-se que são
infringidos de diferentes maneiras pelo Estado. Em relação ao convívio das detentas dentro da
unidade, identificou-se uma ambiguidade em relação às mulheres encarceradas com suas
colegas de cárcere. Ainda que um bom convívio entre elas seja significativo e traga diferentes
benefícios, percebeu-se a dificuldade de criar laços. Sobre a relação agente-detenta, notou-se
uma relação que infringe todas as regras. A respeito da relação com sua rede social, observouse ausência de visitas para essas detentas o que afeta essas mulheres, pois ficam por muito
tempo sem ver seus familiares. Com o cárcere, a relação mãe e filho é bastante afetada, já que
muitas delas, ao serem presas, tem seus filhos abrigados ou sob guarda por parente distante.
Sobre as relações estabelecidas com o seu futuro em liberdade, compreendeu-se a dificuldade
delas com perspectivas futuras, pois desejam emprego, mas sabem das dificuldades do histórico
de presidiária. Dessa maneira, constatou-se que caracterizar a percepção de mulheres
encarceradas é pertinente, haja vista a escassa literatura que discute sobre essa temática na
dimensão subjetiva e com a voz delas sobre a sua realidade.
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MulheresPrisioneiras
Presídios femininos
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