Prevalência de lipodistrofia em pessoas vivendo com HIV atendidos em Tubarão, Santa Catarina
Abstract
Introdução: A síndrome lipodistrófica do HIV causada pelo uso dos antirretrovirais é considerada importante efeito adverso decorrente do uso de antirretrovirais, porém também é evidenciada entre pessoas que vivem com HIV sem uso de tratamento farmacológico. A lipodistrofia diminui a qualidade de vida dos pacientes e inclusive compromete a adesão ou causa abandono do tratamento. Objetivo: Estimar a prevalência de lipodistrofia e fatores associados em indivíduos que vivem com HIV. Métodos: Estudo transversal realizado entre outubro de 2015 e março de 2016. A casuística foi recrutada entre indivíduos que vivem com HIV em acompanhamento ambulatorial em Tubarão (SC). Foram coletados dados sócio-demográficos, hábitos de vida, aspectos clínicos e da infecção pelo HIV. O diagnóstico de lipodistrofia foi feito pelo autorrelato do paciente associado a antropometria. Resultados: Foram estudados 405 pacientes com média de idade de 43,7 anos, sendo a maioria homens e de cor branca. O tempo de infecção pelo HIV teve média de 74,6 meses e 90,1% dos entrevistados faziam uso de terapia antirretroviral. A prevalência de lipodistrofia foi de 34,2%, sendo que 43% apresentavam lipoatrofia, 52% lipo-hipertrofia e 5% a forma mista.Houve associação estatística entre o sexo feminino[RP = 1,77 (IC95%1,35-2,32)] e o tempo de infecção pelo HIV ([RP=1,00 (IC95% 1,00-1,04)]com a presença lipodistrofia. Conclusão: A prevalência de lipodistrofia encontrada em mais de um terço da amostra estudada serve de alerta, vista que além de afetar a qualidade de vida e adesão ao tratamento, pode ocasionar outros riscos, como doenças cardiovasculares nesta população.