Educação e sustentabilidade: potencialidades e desafios à formação de espaços educadores sustentáveis
Data
2017Metadados
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No atual contexto de crise socioambiental, a formação e constituição de Espaços Educadores Sustentáveis vêm se configurando como uma necessidade e realidade. O presente trabalho objetivou compreender como podem se constituir tais espaços, na realidade brasileira, por meio do estudo das potencialidades e desafios encontrados em três deles: NaturGut Ophoven (Alemanha), Pousada Vitória (SC – Brasil) e Gaia Village (SC – Brasil). A pesquisa qualitativa de cunho fenomenológico englobou o estudo documental (folders, relatórios, websites e cartilhas), a observação participante de atividades educativas, o diário de campo da pesquisadora e as entrevistas semiestruturadas junto às coordenadoras dos lugares visitados. No processo de interpretação das informações foram empregadas também a descrição das experiências, a extração de assertivas significativas, a formulação de sentidos e a organização destes em 13 temas emergentes organizados em quatro conjuntos textuais. Estes últimos dizem respeito: às origens e aos princípios dos Espaços Educadores Sustentáveis (na concepção dos sujeitos); à estrutura (potencial humano, estrutura física e econômica); aos processos (Educação Ambiental, sustentabilidade, temas abordados, atividades realizadas e projetos futuros); e aos desafios encontrados. Dentre as informações que emergiram dos estudos, destacam-se que: os Espaços Educadores Sustentáveis podem ser concebidos sob diferentes origens; situarem-se em diferentes ambientes paisagísticos (urbano, rural, florestal e litorâneo); serem sustentados por diferentes bases teóricas/práticas, sob diversas formas e processos. Na sua concretização é importante considerar: a procedência dos materiais; se os materiais e estruturas usados são amigáveis ao ambiente e à sociedade; se destinam adequadamente os resíduos; as alternativas possíveis de economizar, produzir e otimizar a energia; que as construções se insiram/integrem de modo orgânico à paisagem. Nos processos: relações integradas entre as pessoas e delas com o ambiente; agricultura orgânica e manejo sustentável na criação de animais; experiências vivenciais em museu, espaços de convivência e ao ar livre; processos de inclusão humana (como pessoas com deficiência, de baixa renda e imigrantes); além de processos de Educação Ambiental em uma vertente crítica, transformadora e emancipatória e aspectos pontuados neste trabalho por pesquisadores da área. O desafio comum entre os espaços visitados está relacionado à obtenção de recursos para a construção de estruturas, financiamento dos projetos e também manutenção de atividades, indicando – em alguns casos – a necessidade de fomento de órgãos/setores governamentais. Aponta, ainda, para a importância da vivência sensível no ambiente, da mudança nas relações e padrões de consumo, da elaboração e submissão de projetos junto a fontes de fomento e, fundamentalmente, para um repensar a formação de educadores com vistas a uma abordagem crítica e protagonista.
Palavra-chave
Educação e SustentabilidadeEducação Ambiental
Espaços Educadores Sustentáveis
Área do Conhecimento
Ciências HumanasColeções
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