Malandragem, marginalidade e (des)esperança: a (des)ordem em amarelo manga
Date
2009Metadata
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Neste trabalho, é apresentada uma panorâmica da figura do bandido no cinema brasileiro. Buscou-se, através de pesquisa teórica, investigar os aspectos sociais das representações do malandro de Candido (1970) e do marginal de Rocha (2004); bem como conhecer os ritos e rituais brasileiros que contextualizam a vivência desses dois personagens. A pesquisa teve como objetivo contribuir para a discussão sobre a representação da figura do bandido no cinema brasileiro, em especial no filme Amarelo Manga, e verificar quais as implicações dessa representação. A pesquisa demonstra que a figura do bandido está se modificando, em compasso com as transformações pelas quais têm passado a sociedade brasileira, das últimas décadas até o momento atual. Candido e Rocha dão suporte à discussão sobre o bandido ficcional, considerando seus pressupostos teóricos sobre a representação do mal no cinema brasileiro. A partir desse levantamento teórico, fez-se uma análise do longa-metragem Amarelo Manga, do diretor Cláudio Assis (2003), na qual são descritas cenas do filme e características dos personagens, em busca de uma possível correspondência entre os conceitos teóricos que caracterizam as figuras do malandro e do marginal e o contexto representado. Percebeu-se que a estruturação do enredo complica uma classificação dos personagens dentro das noções de “malandro” e de “marginal”, especialmente porque o filme não apresenta uma divisão tradicional entre os mundos da ordem e desordem, no sentido que lhes dá DaMatta (1990). No enredo, não há mocinhos e bandidos. Os personagens são pessoas que vivem à margem da sociedade e do direito e que, menos do que viver, sobrevivem, segundo valores e crenças ditadas pela necessidade de adaptação ao meio
Keyword
Amarelo MangaMalandro
Marginal
Cinema brasileiro