(Des)leituras de uma identidade visual
Data
2006Metadados
Mostrar registro completoResumo
Na presente dissertação discuto a identidade visual e suas leituras. Para isso fui buscar dados no trabalho desenvolvido por mim no Núcleo de Gestão de Design (ou NGD), grupo de pesquisa interdisciplinar formado por pesquisadores, professores e acadêmicos de graduação e pós-graduação, do curso de Design da Universidade Federal de Santa Catarina. O NGD, em parceria com o Instituto de Planejamento e Economia Agrícola de Santa Catarina (Instituto Cepa/SC)1 , vinculada à Secretaria de Estado da Agricultura e Desenvolvimento Rural, iniciou o desenvolvimento, em setembro de 2003, da criação de uma identidade visual (conjunto de elementos gráficos que constroem a caracterização ou identificação visual de um nome, idéia, produto ou serviço) para um grupo de agricultores familiares da região de Canoinhas, Santa Catarina, que, até então, vendiam seus produtos nas feiras sem identificação ou marca2 . O trabalho desenvolvido pelo NGD para o grupo de agricultores de Canoinhas, o Agrupar, consistiu da elaboração da identidade visual e da orientação de sua aplicação nos produtos. Foram entregues para seus representantes em fevereiro de 2004 junto com uma pesquisa de aceitação e entendimento da marca. Não fizeram parte do trabalho o levantamento e a avaliação dos efeitos causados pela identidade visual sobre a percepção do grupo pela comunidade nem sobre a percepção do grupo de si mesmo. Parece que, para o Design em geral, a metodologia e o processo de desenvolvimento gráfico de uma identidade visual são suficientes para garantir seu sucesso. A questão é: quais são as bases dessa suficiência e o que significa o termo “sucesso”? Profissionalmente não fiquei satisfeito com a forma pela qual o projeto foi conclu- ído; achar suficiente só o resultado gráfico demonstra uma falta de visão do impacto que um trabalho como esse causa, além da amplitude de sua execução. Não acompanhar a implanta- ção da identidade, com as dificuldades e os acertos, deixa uma sensação de abandono, tanto do grupo como do logotipo, à própria sorte, impressões que pretendo justificar ao longo do trabalho aqui desenvolvido. Em outras palavras, meu objetivo é mostrar que o desenvolvimento de uma identidade visual exige do profissional de comunicação um trabalho constante de acompanhamento e aplicação da marca. E que a autoria inicial se perde (e isso o profissional responsável deve ter a humildade de aceitar) na medida em que a divulgação dá a oportunidade do consumidor também construir essa mesma marca através de suas múltiplas leituras.
Palavra-chave
Identidade visualIdentidade cultural
Design
Etnologia