Corpo e moda: mediações imagéticas para o consumo e liberdades possíveis : estratégias de resistências nas performances de Flávio de Carvalho e Ronaldo Fraga
Abstract
O objetivo neste trabalho é perceber as estratégias de resistências de Flávio de Carvalho e Ronaldo Fraga (artistas/estilistas) no que concerne ao homem e sua relação ( seu corpo) com o consumismo que tornam o mundo na atualidade; discutir o corpo na modernidade, sua mediação e conseqüentes subjetivações e significações. Partimos das idéias de Foucault acerca do investimento político que se faz neste corpo: a docilização dos novos tempos, em que o corpo deve ser bem cuidado, pois além da reprodução, há produção e maximização através das tecnologias. De tal mediação, espaços podem surgir, criando outras subjetivações: descontinuidades ( não os desejos do sistema de poder-controle, mas outras conexões, como por exemplo, críticas ao próprio sistema). Demonstramos a importância do campo da moda, seus hábitos e poder simbólico aí inscritos para, através deste campo-espaço, discutirmos as estratégias de resistências propostas por Flávio de Carvalho e Ronaldo Fraga, denunciando a falsa sensação de liberdade em que mergulhara a humanidade; aproveitando-se dos próprios espaços da moda, criticam, chamando-nos a consciência, a informação e a não homogeneização e sua conseqüente perda de “identidade”. Tanto Flávio de Carvalho quanto Ronaldo Fraga defendem um novo modo de existência, ou melhor, re-existência, pois é seu modo de existir, a própria resistência. Suas intervenções são conscientes atos políticos, pois somente desta consciência é que poderemos buscar a ‘possível liberdade’ (“real” liberdade) ou, ao menos, não a que está hoje posta – o velho dito popular: “posso não saber o que quero, mas sei o que não quero”, e isso já é uma grande opção política de ação.