“[...] A gente vai invadir os lugares [...]” os sentidos das práticas discursivas de adolescentes sobre a cidade de Palhoça, à luz dos seus universos perceptivos
Abstract
A cidade é um espaço de circulação, com condição para o viver, pois é um lugar para ser, para pertencer, devido à diversidade e à multiplicidade de recursos nela existentes. Neste movimento de ir e vir pelos cantos da cidade, crianças e jovens se apropriam de percepções, podendo interagir, participar e aprender com seus pares. As relações que os adolescentes estabelecem no cotidiano da cidade são uma possibilidade de criação e recriação de si e do mundo vivido. Sendo assim, o propósito desta dissertação foi compreender os sentidos das práticas discursivas de adolescentes sobre a cidade onde moram, à luz dos seus universos perceptivos. Residiu na busca desses sentidos, a originalidade da pesquisa aqui apresentada. A investigação empírica foi qualitativa e inspirada nos trabalhos de Francesco Tonucci, Corsaro, Castro, Brougère e Merleau-Ponty. Os sujeitos foram 6 adolescentes na faixa etária entre 12 e 13 anos, alunos de uma escola particular de Palhoça/SC. A inquietação que tinha era: quais os sentidos das práticas discursivas de adolescentes sobre a cidade onde moram, à luz dos seus universos perceptivos? Uma entrevista semiestruturada, individual, foi utilizada como procedimento de coleta de dados, para a qual foi realizado um roteiro constituído de itens norteadores, relacionados aos objetivos específicos. A discussão e análise dos dados coletados em campo seguiu a metodologia de produção de sentidos, desenvolvida por Mary Jane Spink (2004), por meio do mapa de associação de ideias. Os mapas foram constituídos a partir das práticas discursivas, das quais emanaram as seguintes categorias temáticas de análise: universos perceptivos; interações e participações; experiências de circulação. Apontam-se para sentidos de uma Palhoça grande e diferente, que tem movimento e se movimenta, que é boa para se respirar, onde pode-se aprender a conviver. Um espaço que viabiliza a construção de relações de confiança, podendo tornar-se duradoura. Discursos que expressaram um se sentir limitado nos espaços possíveis para circular, comprometendo a expansão do tempo vivido no cotidiano, e discursos que versaram para experiências de autonomia, podendo sentir-se livre, invadindo lugares.
Keyword
Práticas discursivasAdolescentes
Cidade
Percepção
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Ciências HumanasCollections
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