Abstract
Esta dissertação analisa a circulação de sentidos através das conversas, diálogos e gestos de interpretação realizados pelas criveiras da comunidade de Ganchos/SC. A análise, no campo teórico da Análise do Discurso pecheutiana, observa as noções de interdiscurso, pré-construído, memória discursiva e formações discursivas. O Crivo é uma arte em bordado herdada de imigrantes açorianos e madeirenses que aportaram em Santa Catarina em 1748, e que se manteve em Ganchos/SC. Sua produção acontece em uma roda de criveiras que se reúnem sistematicamente e constituem nesse ritual, sua autoria, em uma prática discursiva de oralidade. Considera-se, nesta análise, a imbricação material presente na roda que se tomou como objeto, procurando compreender os processos discursivos aí presentes.