Avaliação do sarampo como doença reemergente: panorama no Brasil de 2013 a 2018 e fatores de risco

Abstract

Introdução: O Sarampo é uma doença infectocontagiosa que se propagada através de fômites. Ela apresenta duas fases de apresentação sendo a primeira o pródomo, com sintomas semelhantes a uma infecção viral comum, e a fase exantemática, onde aparecem as lesões maculopapulares de forma crânio-caudal. O diagnóstico pode ser feito clinicamente ou através de exames laboratoriais e o tratamento é suportivo. Métodos: É um estudo de delineamento ecológico, com análise de casos notificados por Sarampo no Brasil no período de 2013 a 2018. Os dados inclusos foram de todas as confirmações da doença no país no período estudado. Destinou-se a população de adultos e crianças, com diversas faixas etárias, digitados no Sistema Nacional de Agravos e Notificações (SINAN) do Sistema Único de Saúde (SUS)/DATASUS/TABNET. Foram analisados dados secundários, de acesso público, não nominal . Os dados foram registrados e analisados através de planilhas do Excel 2007 (Microsoft Corporation, Remond, W A, USA). Resultados: Foram identificados no período estudado 10.195 casos de sarampo no Brasil. Sendo eles um total de 29, 268, 9898 casos nos períodos de 2013, 2014 e 2018 respectivamente. O Brasil teve uma distribuição heterogênea dos casos, com um grande aumento da incidência no ano de 2018, principalmente nos estados de Amazonas e Roraima, com valores incidentes de aproximadamente 229% e 63% respectivamente. O ano de 2018 revela-se como o de menor cobertura vacinal dos últimos 5 anos. No ano de 2018, diversos estados apresentam uma cobertura vacinal menor que 50%. No mesmo ano, o Brasil teve a reintrodução da doença em diversos estados Brasileiros, estabelecendo uma mudança no panorama epidemiológico brasileiro. Conclusão: O sarampo tem sua incidência aumentada nos últimos anos. Pode-se observar que há uma correlação entre a menor cobertura vacinal procedida nos últimos anos e o aumento no número de casos. Pode-se justificar essa situação pela queda da campanha pró-vacinação, falta de busca ativa de casos suspeitos e migração. Por isso, faz-se importante estratégias vacinas para prevenção da doença.